Vive e trabalha em Lisboa.

"Trabalho com a linguagem da pintura, um meio profundamente enraizado na tradição tratar o olhar como um acto estético. Ao longo da história, a pintura tem sido uma forma de comunicar visualmente a percepção do mundo. A minha prática baseia-se neste legado, para devolver uma imagem do mundo tal como o vejo nos dias de hoje. Esforço-me por criar pinturas que convidem os espectadores a explorar o ato de olhar em si — ver para além da superfície e entrar noutras camadas da realidade encontrando novos sentidos nas coisas.


Num mundo saturado de imagens e informação efémeras, acredito que a desaceleraração que a pintura impõe é um ato artístico radical e necessário. As minhas pinturas querem ser vistas devagar. Querem sublinhar os restos das sombras, cristalizando os aspectos fugazes e negligenciados do mundo das aparências. Incentivando os espectadores a criar um espaço de reflexão, onde o quotidiano possa revelar a sua complexidade e beleza.


No final de contas, as minhas pinturas não são apenas imagens — pretendem ser o olhar tornado carne. São experiências encarnadas em pinturas a óleo destinadas a inspirar uma ligação mais profunda entre o espectador, o ato de ver e o mundo que todos habitamos."


Martinho Costa, out 2024